Lamentações.

Mais uma vez, copos vazios e sangue estão sobre a mesa escura, que reflete os sonhos dos dias atrás. Eu nunca tento acreditar outra vez, porque pode ser pior, pode ser fatal; é como um dia que eu não queria presenciar ou uma vida mal vivida, por culpa de mais um desejo ignorante que me deixou ser levada para onde eu não queria. Dê-me uma chance e me mostre o caminho certo para isso, que me faz bem e mal ao mesmo tempo. E todas essas verdades que me machucam? Tudo o que se fez presente está como passado ou em estado ausente. Eu quero mais, mais do que eu tenho no momento e menos do que eu quero ter agora!, é confuso de entender mas não deixa de ser significante. Quero dançar, ao som do ritmo para sempre, que um dia acaba com um tom solene.

Faz parecer real.

E como você se sente em relação à tudo que te cerca ?
A incerteza não me deixa caminhar e agora
está sendo tudo muito inútil sem a melhor parte de mim.
Minha cabeça precisa de algo confortante
e meu coração, de algo verdadeiro ♥

Insignificante.

Já estou tão longe, que nada mais importa. A distância desse modo interpretado não abala em nada; pra estar junto não precisa estar perto. Almas e mãos dadas resolvem os caminhos inacabados e ajudam a caminhar. Esse encanto é infinitamente misericordioso, só quem é de verdade sabe o quão é sagrado os sonhos de um ser não-realista. Viver é sonhar de olhos abertos, é mergulhar na vida sem perceber que o melhor está por um fio de se acabar. Existe uma estrada e nela eu seguirei meu caminho, sentirei o vento bater no meu rosto e deixarei os fios do meu cabelo se espalharem, como grãos de areia que se esparramam. Se estou tão longe não seria justo terminar sem o final feliz. Sacrifico-me por um resquício de futilidade, talvez assim a saudade não seja tanta. O sol, a lua, o mar, a noite, a vida; não são mais importantes sem você aqui. Saudade é um sentimento nobre e enfraquecedor que leva metade dos sonhos ou da vida que se leva. Porque seja tudo talvez tão inútil e inacabado sem a sua presença.

Incerteza.


Depois de um certo tempo, eu vomitei aquelas canções e poemas que você fez pra mim no escuro da noite. Não digo que esqueci, mas lembrei de destruir todo o nosso encanto. A última música, o último milagre, a última lágrima; tudo isso foi embora com você, e de mim você não leva nada! Lembro-me de quando eu te contava meus defeitos embaixo da chuva que caía no inverno repentino, marcado pelo frio do seu corpo. Só pra mostrar a felicidade que existe em mim eu deixo a porta entreaberta, mesmo trancada por cima, só pra eu ver que você ainda espia escondido, sem que eu finja ver. Porque fomos duas pessoas normais; sempre esperávamos para ver o outro lado da vida; como planejar o mundo em uma nova hipótese! Faz cara de sério que eu com cara de mentira pareço estar gostando. Na entrada da casa velha que costumávamos nos esconder o vento bate, como se fosse alguém querendo saber o que há por dentro. Esse sentimento deve ser tocado bem no fim, onde existe o final do caminho escuro. Não vale mais a pena lembrar de você e seus tons meio amargos, pois isso não é mais um segredo .

Embora.

Lembra quando ainda havia aquela canção que contava tudo sobre nós? Talvez ela nem exista mais. Eu preciso mudar antes que me caiba fazer algo inesperado; porque eu cansei de ser eu mesma! O que eu mais quero nesse MUNDO, é ao menos tentar ser capaz de realizar o que eu penso em fazer! Nada do que eu quero se resolve com palavrões e aborrecimentos. Vou descobrir uma fórmula de esquecer meu coração, deixá-lo palpitar só pra eu não esquecer que ele está ali, bem junto a mim. Esse meu dever de ser humano nem devia me caber ao cargo; você pode pensar em um porque, e um porque meio inexplicável. Nem sei mais onde estou e o que eu devo fazer nessa droga de mundo. A saudade me aperta pelo peito profundo, deixando-me sem forças pra seguir em frente. O meu mundo é giratório e cheio de perguntas. Confuso, até. Um dia eu saberei o tal motivo. O que eu gosto de ouvir são frases anormais, não ditas por pessoas normais. Que eu estou deixando de ser, não vou negar e que eu quero me ver livre desse fiapo de obrigações. Ouvir uma música, sentir seu toque invadir meus ouvidos, fazer deles um lugar inexplicavelmente, absurdamente, livremente seguro. O que estou fazendo talvez não seja um capítulo importante em minha vida, e o certo é errado e o errado é certo. Eu precisava mesmo fazer aquela pessoa insignificante pra mim voltar ao normal; porque cada um é como é! Gostem ou não de tal, eu gosto e não me importo com o resto !

Eu deixei.

Outro sentimento e suas razões foram embora, que me deixou por ser, e me desconforta em tudo o que faço ou que penso. Só não me venha dizendo que eu não tenho consideração, porque até as suas frases de um amor consolador eu consigo ouvir, só por causa do impacto causado como um tombo que machuca, mas machuca lá dentro, além do que é visível. Seu tom calmo demais, como um toque que traz calmaria nos quatros cantos do coração me tranqüiliza. Eu me perco nos meus planos secretos e pareço estar em outro lugar, em outro tempo, em outro mundo, enfim; eu me mudo com meus desejos e cartas que ficaram por mandar. Se tudo der certo me mudo de lugar!

É a alma que reflete no espelho.


Porque toda vez que eu me olho no espelho, uma certeza me invade o peito. É simples pelo fato de ter alguém ao meu lado sempre, mas às vezes não é tão bom quanto parece ser. Ter a certeza de que você vai estar na minha frente, sempre, já não é tão boa assim. Porque minhas expectativas estão esvaindo-se como a água escorre por entre os dedos. As lembranças são poucas, mas ainda assim eu consigo lembrar-me de como era bom ter você por perto. Todos os dias, quando eu olhar no espelho, vou agarrar-me as lembranças, pois elas são o que eu tenho de mais precioso. Deixei o resto ir embora, afinal, nada mais me importa. Deixarei meu ego, olhar-se pela última vez, antes que o encanto se acabe e ele termine sem esperanças. O espelho só reflete a massa que cobre a alma, não será diferente; pelo menos, não dessa vez. Será o reflexo da vida agarrado às memórias, ao tesouro único que um dia se vai.

Cartas ao coronel.


Ainda espero o dia em que não haverá mais scraps, nem cartas ao coronel, muito menos mensagens no celular de madrugada, o dia em que recolher e-mails novos já não está mais na moda. Não se trata de meios de comunicação que se foram; é pelo simples fato de o terem excluído da tal rodinha de amigos avançados; e que dizem que tecnologia não está mais à venda. Espero na janela ainda, já que dizem que os aparelhos eletrônicos estão fora de moda. Acho que vou viver na década de 1930; em que modernidade não era o problema, e que o celular nem na minha idade a minha mãe tinha. Mas eu sei que ainda vou conseguir enxergar você, no meu perfil mental; e não vou contar a mais ninguém que eu te visito nos meus meios tecnológicos esquisitos até certo ponto. E ainda assim, quando eu estiver no século retrasado, vou ocupar minha mente com coisas meio depressivas. Vou ler um livro meio café-sem-açúcar; e talvez eu continue a escrever, se até lá já existir palavras. Será que ainda assim haverá filosofia? Talvez, quem sabe?!

Sem título.

Cansei de uma vida tirana, eu acho que essa tirania devia ser proibida, a mesma não me faz bem! Não tenho mais paciência de aturar essas palavras em inglês, que só servem pra dizer como você está hoje, ou um tal BOM DIA! E eu odeio ter que te odiar!, e parece que é até amor proibido, porque amar dói tanto que parece que foi aplicada uma anestesia geral em quem o ama! Se você ao menos puder me esperar para poder sentir essa tirania deprimente, eu talvez agradecerei; sinto falta do mistério de ter uma outra pessoa ao meu lado. Com todo o respeito do mundo, um respeito maior do que eu respeitaria meu próprio cachorro, eu digo que é um tanto misterioso fingir que não posso mais viver! Eu me inspiro a cada dia mais no meu viver próprio, mesmo não vivendo como o merecido. Como você me faz falta, até com todas as piores qualidades do mundo perverso !

Bom passado.

Foi-se o tempo dos grandes amigos, das conversas na calçada, das enormes bebedeiras. Já não há mais os tempos de antigamente em que se dizia: “ por favor, obrigado, com licença ...” E não há mais noites de pijama na casa das melhores amigas. Foi-se o tempo das grandes alegrias, e das melhores piadas. Foi-se o tempo das cartas escondidas e dos grandes AMORES. Foi-se o tempo em que contar seus maiores segredos para alguém era a maior loucura. Foi-se à época de cantar Xuxa e Kelly Key! Foi-se o tempo de barracas armadas no gramado da casa, nos sábados à noite! Foi-se o tempo das melhores horas, dos melhores dias e dos melhores CONTOS. E vai chegar o tempo em que tudo isso vai virar lenda e nada mais vai restar, porque houve uma REVOLUÇÃO! E apenas foi-se o tempo !

Assim, por deixar.


Palavras de amor escritas ao vento, cartas engarrafadas e jogadas ao mar, amores platônicos esquecidos pelo tempo, vidas passadas talvez nem lembradas. Tudo foi esquecido pelo tempo, tudo não passou do que simples fatos, alguns importantes, outros comuns como qualquer outro poderia ser. Só há memórias do que houve e não sai de dentro da minha alma; ainda consigo me lembrar claramente de quando você estava aí, do outro lado do mundo, imigrante proibido; são únicas e sensatas lembranças, até colocadas em papéis, só para não serem esquecidas, daqui a 10, 20 ou 30 anos. E por piores que sejam, nem há como não lembrar, mas há sim, algo bem real lá no fundo, bem escondido.E as minhas cartas de amor jogadas ao mar vão estar para sempre dentro de mim, pra sempre !

Ao redor da felicidade.



A estrada é grande, e sempre ouço falar que dois amores juntos ajudam. Não acredito muito, mas respeito suas crenças e felicidades. Terminar de dizer o que eu sinto hoje em um minuto me faz relembrar o passado, que eu não carrego comigo. Deixei-o de lado; só pra eu não ter que te levar junto ao meu coração. Hoje a noite é nossa; não deixe de aproveitar, por favor. E termine a bebida antes que o teatro acabe e as cortinas se fechem. Não leve consigo os maus feitos que ocorreram durante a vida desnecessária. Deixe que o tempo carrega tudo com ele, em um só compasso. Que tal marcar nossas histórias com o começo de uma lua nova? Ainda podemos resolver todo esse problema! O ar de novembro ainda não mudou. Os pássaros ainda não pararam de cantar; o frio da estação ainda continua o mesmo. Fica marcado como nosso último encanto o prazer de continuar essa história depois do nosso caminho de volta .

Relevante.


Aquele amor um tanto desgraçado foi embora, e agora não resta mais nada; somos só eu e meu lirismo. Não sobrou mais ninguém, não há mais nada e o resto do nada nessa COISA de mundo! Uma variedade de verbos no infinitivo podem até me descrever, quem sabe?! Pois é mané, fica aí lendo minhas poesias às escondidas e achando que são pra você. Eu faço de mim o que eu quiser, porque o que eu não posso eu faço também! Seus bilhetes de amor já nem me servem mais de consolo, agora eu faço o que eu quiser da minha vida. Até sei que o que eu ouço pode ser assustador, mas e daí? E continue falando, eu nem to nem aí mais pra você! Esse amor desgraçado foi embora, esquisito garoto!

Algum lugar.

Um lugar onde se busca certeza em meio ao caos
nos caminhos escuros que cobrem a noite.
Um lugar que foge do amanhã
abrindo espaço a uma explosão de sensações.
Um lugar onde se sabe pra onde ir
sem esquecer do principal.
Um lugar seguro, um lugar ao sol !

A tristeza de ver o que é real ;


Nesse mundo vagabundo, eu olho pra trás e o vejo escuro, sombrio e vazio. Eu vejo um oceano coberto por sombras escuras que eu atravessei a nado. A escuridão já atravessa meu corpo, fazendo-o perder a cor, perder o tom. E as outras pessoas, como ficam? Nesse mundo vago, o que se há para fazer? Meus dias passam devagar em um mundo sufocante. Eu vejo montanhas que eu custei a subir e as esquinas sombrias desse mundo desatino. Realmente, esse mundo se virou mais obscuro, se tornou mais obsceno! Só por isso eu não quero ver o que é real !