Meu desejo.

Estar com você era tudo o que eu precisava. Encontrar alguém para me fazer feliz e bem ao mesmo tempo era o único desejo que pairava em minha mente. Você estava cego, não sei por que. E agora que se foi, eu preciso de você aqui, mais do que o ar é para mim obrigatório. Você sabe que eu não posso dormir, não mais, porque estou aterrorizada com esse desespero de ter de volta minha paz, em você. Parece que estou caindo, rapidamente e doloroso, dentro da minha alma. E não é sonho, é realidade. Eu estou me esvaindo. Desejo que essa noite se vá, que esses calafrios sumam e restem apenas os meus sonhos em mim e em você. Quando você não está presente, eu sinto que não preciso mais continuar a viver. Não há muito para receber no momento em que você deu tudo o que podia. Por que se foi? Por que partiu logo agora, nesta noite, em que eu preciso demais de você aqui? Não tenho motivos para impedir que essa dor aumente em mim; não posso explicar, só não quero entender porque você me deixou aqui. Eu creio que o pôr-do-sol terá sentido quando você viver em mim, para mim. Que todas as verdades que me corroem não estarão mais no dever de me matar, porque meu escudo me protegerá de tudo o que temo. Basta você voltar, só para mim. Por favor.

Na vida, no som, no amor.

Teus olhos refletem os raios do sol que encantam e irradiam a minha sentença de vida. Tua face é divina, encantadora para os olhos até de quem não vê. A terra sobre os teus pés é macia e floresce o que há de melhor embaixo dos grãos minúsculos, imperceptíveis. Teus lábios respondem agradavelmente aos meus apelos que me embalam em um único tom. Me embala. Te embala. Faço de quase má vontade esses versos pra você, que te trazem para mim quando não sinto sua alma refletida no esboço do meu desenho perfeito. E adormeço aqui, nos cantos de cada letra e som que saem do piano ao canto. Recuso-me a ver a imperfeição; separo a dor da visão que me embala no mau sentido da palavra sonhar. Há uma luz no fundo que segue um rumo certo e leva o caminho à metade de uma palavra ou metade de um sonho quase pronto. Divido cada impressão que coloca meus sentidos no muro de reprovação, onde divaga os pensamentos do mundo e de todo mundo. A minha escrita é invisível. Nós somos invencíveis, como crianças que gostam de brincar no balanço e ver desenhos em nuvens. Cada qual é diferente pelo modo com enxerga no retrovisor do carro ao lado, as cores que colorem a vida. Finjo que sou criança novamente, para não perceber a tempestade que está prestes a cair. Na calada da vida, no instinto da noite.

Luz e riscos.

Você que desenha meu caminho e que me faz guardar cada suspiro embaixo do colchão misterioso, faça-me ouvir seus gritos de alegria que se escondem por baixo desse chapéu descontraído, onde um sorriso místico e inconsolável paira na perfeição de sua face. Seu mundo ainda tem esperança de cada carta que eu não mandei, que me aproxima de cada linha que risca meu olhar; na aquarela que transige o meu céu. Percebi que o valor da vida é idolatrar o que é colorido, o que é verdade; o risco que curva meu domínio, a aliança que há entre mim e um desastre mirabolante. Seus dedos desenham vida, tocam as estrelas e com a ponta de cada ternura feita, acalma as minhas cicatrizes. O seu choro abre as minhas feridas e torna infernal a luz que emana da imensidão. Seu suspiro tem sido por longas datas minha segurança, de onde me escondo sem dor. Tenho receio de sua partida, pois minto que não vejo. Atravesso o deserto sozinha, apenas para unir as partes sensíveis da minha queda que foi acolchoada pela minha distração, sem mais graça, só nas garras do destino. O tempo leva, inconsciente e embriagada, as dores do meu silêncio que imortaliza os guizos aterrorizantes do meu pesar.

Faz de conta.

No meu sonho a gente se diverte, se transporta, se transforma. No meu sonho a gente é quem não podemos ser, a gente cria asas, a gente voa e volta à realidade sem pensar. No meu sonho a gente inventa e faz de conta. No meu sonho eu posso ter você e um mundo colorido ao mesmo tempo. Na realidade eu não posso ter os dois, nem ao menos ser quem você é. Todos os dias, todo minuto, todo o tempo estamos indo pelo nosso único caminho. Todas as vezes estamos flutuando sem cair. Você não está sem mim, hoje a noite vamos correr entre as estrelas e beijar a lua. Tocar o céu, como impossivelmente ninguém pode fazer. Viajaremos entre o arco-íris e aproveitar a herança que o pote de ouro do outro lado deixou. Vamos ser felizes. Sim! Com você aqui o mundo vira festa, a mundo tem cor, tem amor, tem luz. O medo será a única coisa que você tem de deixar ir, deixe que o vento que balançou dentro de nós, leve-o. Divirta-se no seu sonho bom e veja-me entre quatro paredes, feliz, só uma noite. No meu sonho eu vou te perseguir até eu poder ser quem eu realmente preciso ser. O trevo de quatro folhas caiu aos meus pés, a sorte está ao meu lado. É apenas um sonho, nada mais.

Perdi.

Eu acabo por estragar a minha e a sua vida! Eu sou um monstro, uma insensível, uma boba; tudo o que eu sempre quis foi te ter ao meu lado e agora que eu consegui não consigo fazer por merecer. Me ajude a decifrar a sua fórmula, seu desejo. Me ajude, por favor. Como posso te encontrar se minha ferida ainda está aberta? Como posso ser eu mesma, sem você aqui. Eu não posso ser quem eu quero ser quando você se afasta e diz apenas tchau; sem carinho, sem amor, sem compreensão. Perdoe-me se não sou capaz de ser tudo o que precisa. Perdoe-me se te engano e não sou capaz de reconhecê-lo. Foi sem pensar. Eu prometo que serei sã daqui pra frente. Que me encontrarei em meio a escuridão. Não torne minha vida um pesadelo, fique comigo, por favor. Só agora posso entender o quebra cabeça chamado coração; a pequena parte que destrói a vida. Ofereço-lhe uma parte que restou de um coração vagabundo. Só com você eu posso ter noites tranqüilas. Só com você eu posso ter sonhos felizes. Só com você eu posso caminhar, sem tropeçar. Só com você. Por favor, não me abandone, por favor, por favor! É o meu apelo.

Mudanças.

Primeiro as cores, depois as lágrimas que intercedem a dor intensa. Os caminhos diferentes trouxeram você para mim, mas ao mesmo tempo em que te tenho por perto, pareço te perder na escuridão. Nós estamos amando ou somos só amantes insensíveis? Precisamos de algo para acreditar, e assim fizemos, mas não digo que acredito, porque o fim interminável me alcançou; como pode ser possível? Estou aprendendo a respirar novamente, sem sua ajuda. Vejo você se mover, enxugando algumas lágrimas que caem involuntariamente; um som de ofegar maluco, inconstante. Você grita, você gira, você chora, você cai e continua a dizer NÃO, NÃO! Eu recomendo a alguém ter um coração quebrado e menosprezado, como eu tivera um há algum tempo atrás. Você vive, você aprende, você ama, você aprende novamente, e continua a dizer NÃO, NÃO! Respire, vagamente, como uma criança de 3 anos faria. Viva silenciosamente, como um morto faria. Grita em silêncio, como um mudo ao menos tentaria fazer. Você nunca mais pareceu querer dançar. Choro ainda, aos cantos e prantos, por não ser como antes. Os caminhos que te trouxeram tão perto, já não são mais os mesmo. Desculpe-me.

Aprendendo a respirar, novamente.

Ajude-me a aprender a respirar novamente, antes que seja um pouco tarde e um pouco errado demais; antes que eu perca por perder uma vida sem você. Porque sinto que estamos nos afastando, de leve e devagar, que a cada dia que passa uma incerteza invade o meu coração e a minha mente e, divaga por todo o meu ser, com cada parte dizendo: “é só um momento, é só uma desvio.” Procure-me em minha imensidão de sonhos que me corroem a todo instante em que quero fugir. Estou presa a uma pilha de ilusões, por querer ser melhor e ter esperança de que isso mudará; essa história está se esvaindo. Não tenho forças o suficiente para apenas pensar. O tempo muda, o tempo passa, o tempo gira e o infinito ao meu redor é escuro para eu poder perceber as ilustrações de cada ser. As almas dançam e gritam, é um som estranho, que parece corroer os ouvidos, os sentidos ou até os lugares em que passei. O vento bate na janela, e eu me encolho de medo, porque me sinto fraca, só em pensar em te ver longe; fique comigo, respire comigo e me ensine a respirar enquanto você não estiver por perto para sempre. Por que é que tem que ser assim? Apenas ajude-me a respirar de novo e perceber que nada é imortal.

Abaixo de nós.

Quero pegar um trem e desaparecer, mas não há nada que ajude as bravas almas a decidirem se colidir. Eu quero fugir e conhecer um único e perfeito lugar, que torne as paredes ao meu redor coloridas, que a façam parar de girar. Como em um caleidoscópio, minhas lembranças divagam lentas e voláteis em baixo das asas que você me trouxe, como um anjo. A estrada que leva um caminho à casa, essa tarde não será como as outras. O caminho desapareceu em meio a poeira que paira nas ultimas ondas de poder. A melhor coisa desse caminho inebriante, é que não estamos nos conhecendo quanto de costume. Mas prenda sua respiração, e não a solte, porque essa noite eu me matarei por você, de novo, sem cansar. Apenas minha alma vaga pelas manhãs, tardes e noites, inconstante, de modo leve. Então respire fundo, respire as minhas palavras, respire-me! Eu juro que é verdade.

Em sua mente

De rua em rua, de cor em cor, de casa em casa, eu sai em busca do meu amor. Por tantas vezes eu chorei, por tantos dias eu me esqueci de viver. No momento descontente o sopro da morte me balançou, a chuva que caia parecia querer me derrubar. A felicidade há muito morava longe, talvez na calçada da frente, mas não em meu ser. Sorte é poder te encontrar em cada sorriso que agora posso ter certeza que cabe a mim dar; sorte é te ter aqui ao meu lado, em tudo o que eu faço aonde eu for; sorte é te levar em meu coração e ouvir-te dizer palavras que me confortam. Sorte é ter te encontrado e viver somente para você, com você, em você. É a coisa mais adorável te ver sorrir e se sentir bem. Tudo o que sei é que você é a coisa mais adorável para mim, de tudo o que já vi. Quero que possamos levar isso que temos hoje, adiante. Quero que eu seja a sua garota favorita, que você me veja como a melhor e única em sua vida. Gostaria que você não me entendesse, mas que tivesse curiosidade em saber como sou. Quero te ter por perto para sempre, e que você segure minha mão, sempre que eu me sentir chateada. Eu quero que você nunca se vá, que nunca se esqueça do nosso primeiro olhar, da nossa primeira palavra. Não pararei de dizer eu te amo! Gostaria de ter um lugar somente para mim, e que você me visitasse, sem segredo nem medo. Eu queria que sem mim, o seu coração se partisse, que sem mim você ficasse noites acordado, que sem mim, você se lamentasse por não me ter ao seu lado. Não terei o prazer de ver isso, jamais!, porque nunca te deixarei. A coisa mais importante de minha vida é você, o meu mundo só tem sentido se você estiver nele. Eu queria que eu fosse a última coisa em que você pensasse antes de dormir, todos os dias. Tudo o que sei é que você é a coisa mais adorável para mim, de tudo o que já vi. E eu sei que será eterno, que seremos algo, seremos dois, em um só. Com você, te amarei até o fim.

Tente ao menos entender.

Existe um momento em que você gostaria de voltar? Voltar para mudar alguma cena de sua vida. Ou você simplesmente poderia dizer: não! às coisas que te fizeram sofrer. Dê um tempo ao momento incompreensível e tente compreender que você perdeu. Voltar seria o melhor a fazer, mas está incogitável no instante em que se diz sentir falta um do outro agora. Leva algum tempo para compreender, eu não te disse?! Mas estou ao seu lado, à todo o tempo, mesmo que doa em meu coração e que isso torne minhas noites mais escuras, mas estarei presente. Compreenda! Eu não sei o que dizer, nem ao menos o que sentir, só deixe pra lá e logo passa. Por favor, não tente escutar, nem ao menos decifrar o que diz um batimento inconstante, porque isso só te fará sofrer. Como gostaria de poder voltar ao seu passado? Como gostaria de tornar tudo diferente e mais reconfortante? Como poderia dizer que se arrepende – mais uma vez? Os sonhos colidem e destroem uma barreira que me esconde, mas isso não torna a vida mais compreensível. Estou com os olhos abertos e o mundo ao meu redor gira. Está na hora de levantar e realmente acordar. Talvez assim o momento se torne mais compreensível. Compreende?

Acorde!

Com o tempo relevo as manhãs cobertas de cinzas da morte de alguma garotinha, das tarde escondidas no caminho incompleto, de noites escuras demais, que cegam os olhos de quem ainda não consegue perceber. Preciso de algo para acreditar, sem medo! Assim fiz, assim segui; não mais. Aprendi e rejeitei, mas reconheço assim mesmo. Instantaneamente esqueci das palavras que ouvi, balbuciadas de mau jeito, contudo, esqueci de vez a coragem de ser quem eu não posso. Desilusões demais em minha cabeça; expectativas nada boas. Atenção à outras, não à mim, sorrisos destinados à outras, não à mim; um dia acabo por esquecer você, de vez, com prazer! A rosa que caiu no meu chão não tem valor algum, não existe uma desculpa para dizer de novo. Basta para alguém de verdade, ver a tristeza cobrir seus olhos com tantas dúvidas e ilusões?! Não mais, coloquemos então, um fim nessa história. Existe um interesse óbvio no caminho resistente de sua vítima. Relevo com dor tudo o que passou. Acorde!

Alone.

Eu olhei ainda sem esperança, para o céu; não pudera acreditar que estava sozinha naquele momento. Fico fora de cogitação dos meus momentos mais íntimos, pelo sentimento que me nego a ver. Nesse instante mortal, em que todos os detalhes se encaixam, mesmo sem querer, estava no lugar certo, na hora errada, sem conclusão. Tão longe de qualquer castigo tremendo, mas tão perto do vento que insiste em soprar a favor. Parece graça, uma salvação, às vezes brincadeira de criança, que por R$1,50 diz-se vencedor da maior vitória. Apostando na parte daquele amor inconsciente sem medo ou pavor. É natural, em troca de qualquer prazer. E tremi involuntariamente quando dedos gélidos e ásperos tocaram o meu pescoço, em um leve toque anormal. Algo disfarçado que de algum modo, esperava uma recompensa ou pensava ser correspondido. Sentença que nunca teria fim, ou teria?

Tempo.

O tempo passa, de modo inconstante, mesmo quando as batidas do coração são lentas e complexas. Mesmo quando os ponteiros do relógio se recusam a passar, de certa forma. Até quando o sol se limita a não sair do fabuloso céu, incandescente pelo azul que emana da distância infinita. O tempo é curto, diferente e medonho para muitos. Por um último e lastimável momento, eu olhei para o céu, era impossível enxergar além, as estradas estavam se fechando, o tempo não seria suficiente para tornar diferente. O relógio soou novamente e o sol estava exatamente no mesmo lugar, incendiando no meio do céu. Mas o destino estava ali, mostrando seu senso de humor nada sensível. Fim de linha; o tempo acabara, para uma infelicidade.