Death to me.

Não é mais uma velha carta de amor que entrego em suas desenhadas mãos de encanto. É apenas mais um papel cheio de palavras sinceras de uma poetiza que agoniza em suas lágrimas derramadas em forma de sangue, manchando todo o surrado papel insignificante. Quando cada letra, que formam versos de puro amor, perderem a graça, buscarei no céu uma estrela que me faça sorrir, cantarei uma canção qualquer e darei a ela o nome de um encanto eterno. Porém, se nada for lido, se meus gritos silenciosos não forem ouvidos, descansarei em paz em meu acalanto de confortos e graças surreais. Deixarei então, o vento soprar, levando a letra de meu poema sem destino, com lágrimas que rolarem um uma face sem nome. Eternizarei minha obra que se faz presente e guardarei no meu baú cada suspiro arrancado de ninguém. Lembrarei de cada detalhe que não vi ou vivi. Voltarei de vez em quando para visitar, nos meus sonhos, um alguém que nada quis. Encantei-me sem precisão, com teus olhos verdes, que mais pareciam gotas do mar, onde me afoguei nos prantos derramados sem por que. Ouvi e acreditei, um dia, que com você eu jamais me perderia. Mas, no fundo, as palavras se tornaram sem sentido, porque cartas já não existem mais. Não deixe que essa falsa realidade, estrague essa paixão. Mais uma vez, estou disposta a viver belos absurdos e ouvir palavras que me recordem àquela velha carta de amor. Dá-me o gosto que procuro?!

Qualquer ponto de felicidade.

Longe de qualquer razão, olhando uma tarde de primavera qualquer, ouvi as batidas de um velho coração, senti o sangue quente pulsando em minhas veias, quase sem rumo, em linhas tortas. Enquanto as flores se enchiam de tanta beleza, a esperança que restara do meu amor se esvaia. Um dia inteiro sem canto, sem você. Qualquer coisa valeria se me dessem vontade em ouvir algo sobre você. Trata-se apenas de uma vida proibida, tomada por tristezas. Restara de meu corpo um amor ferido, com hematomas, que eu posso ter certeza que nunca cicatrizará. Repouse em meu coração, oh!, grande estrela que sacia o meu céu, em busca de grande amor. Uma paixão pelo menos durará até o fim de mais um dia exaustivo com vontade de cantar as alegrias que restam ao menos uma vez. Felicidade que passou por mim, dure apenas enquanto uma fração de mim estiver em grande harmonia. Primavera que agoniza, vá embora e deixe entrar a amargura de um verão que queima dolorosa e intensamente a dor de meu pesar.

As dores de um coração ferido.

A beleza e o amor reluziam, porém naquele mínimo ser, com seu sorriso incomparável. Brilhantes dentes podiam ser notados na esperança de que aquela felicidade fosse contagiante. Uma rosa caída no leito de um rio mostrava o quão desesperada uma pequena, mas, profunda alma sentia-se sóbria depois de algum drink que não lhe caíra bem, naquela noite vazia e insignificante. Oh, pobre coração, de que se culpa de se apaixonar por um ego tão descontrolado? Somente por amor injusto ficara contente com a reação de estar junto com outro pequeno e vago coração. Deste a esperança a alguém que quer ficar sozinho na pequena escuridão. A flor que com tanto cuidado foi cultivada agora está despedaçada, sem ao menos um por que, de onde escorre sangue puro de seus poderosos espinhos. Se pudesse tentar ser o minuto de salvação, talvez ocorresse que algo a mais estaria fora de alcance de tanto amor, sem orgulho. O que há aqui nesse corpo sem razão, é apenas um rosto mal pintado preenchendo pequenos espaços vazios. Tenho cautela para não quebrar essa porcelana que contorna os traços finos de um mero conhecimento. Não deixe que essa lembrança reprimida seja morta com um toque de fúria. Queimam no fogo as minhas cartas que deixei por mandar. Rabisco o sol que a chuva apagou e risco com lápis mais forte o que estava mal iluminado. O brilho do meu olhar fugira isso não teria um fim, ou teria? Seus doce sabor de amor termina por cicatrizar as marcas de uma guerra face a face em meu ser. Quando um coração quebrado lhe pedir atenção, serei todo o resto que guarda nas gavetas de algo vagabundo. Olhando para o céu, contemplo uma estrela cadente que acabara de cair, faltou-me um pedido ou seria apenas mais um relance de luz?! Restam apenas as dores de um coração ferido.

Um anjo chamado Heloí.

Poderia expressar meu amor por você de diversas formas diferentes, mas não consigo encontrar um motivo, porque tudo o que mais vejo é isso acontecer. Não quero seguir um padrão exato. Quero ser diferente e única. Quero que você possa se lembrar de mim sempre, por algum motivo simples, mas que vale por um zilhão de outros bons sentimentos. Eu sinto que por você não há amor maior que demonstre o quão sou feliz por ter te encontrado, por você ser a pessoa mais importante no mundo para mim. Nos meus sonhos você sempre irá repousar, minha doce garotinha. Onde quer que eu esteja sei que estará comigo. Essa é a minha segurança. Eu te amo por toda a eternidade, até quando não houver mais amor para muitos, mas para nós esse amor não terá fim

Num jogo de palavras.

Do que valem esses milhões de palavras se apenas um olhar basta? De que servem essas inúmeras paixões que ela pode ser capaz de traduzir? Palavras sobrevivem com o tempo, mesmo que fiquem velhas, surradas e fora de moda. Os amantes esquecem das belas e suaves canções, só para não ter que lembrar de um certo momento. A vida flutua nos cantos do papel em que permanecem escritos com uma letra de quem sente falta de alguém. A essência que podem revelar são como se nunca tivessem existido. Em novos e bobos corações, essa velha escrita permanece. Felizes os que conseguem abraçar essa realidade. O tempo passa tão rápido, é tão pouco com você por perto. Joga fora o papel velho juntamente com as escritas seladas eternamente no coração. Pois se pudesse você levaria a saudade, mas a deixou aqui, para eu poder a ver e sentir todos os dias, da noite para o dia. Espatifou e queimou os versos em que eu havia me enganado. Isso não me faz mudar de idéia; continuo assim a escrever as frases que me expressam e te fazem pensar, até chegar a uma falsa conclusão.

Essa ilusão.

Essa ilusão começa com um pleno “oi”, uma resposta solta pelo ar, um sorriso no lábio no interior da sua face. É mais que amor, é mais que morrer de amor. Para morrer de amor é preciso não querer morrer e isso eu não sei mais o sentido. Por algum instante eu acho que morri, mas a minha carne continuava forte o bastante para te perseguir e poder sonhar com uma verdadeira história, onde cada um seguia seu caminho, mas o final era feliz. Eu não quero nem vou me iludir, o que estiver destinado a acontecer, que aconteça, mas por favor, aconteça logo. Estou em transe, meus pés não alcançam mais o chão, meus olhos não brilham e o que eu vejo no espelho não passa de uma imagem imperfeita em um espelho embaçado. Por causa da minha dor estou caindo aos poucos e tornando curta a ligação com a alma afobada. Estou dirigindo devagar por sobre a neve. Eu sei que a ilusão logo me tomará por completa, porque não resta nada além de nós dois e a esperança. O violão ficou ao lado, na parede velha da casa escondida. Não acho que esteja amando; prefiro um sonho à incerteza. Tudo o que podemos ouvir não entra nos ouvidos, certamente está tudo ultrapassado, até mesmo esse sentimento socado no peito. Sei que algum dia, em algum lugar, você me pedirá para aguentar mais uma vez, mais do que eu não posso suportar. Eu odeio esse desfecho em que eu tenho que continuar como se nada estivesse errado. Mas não há mais tempo para mentir. Posso ver o final da tarde nos seus olhos penetrantes na minha mente. Basta encontrá-los.

Profundo.


Esse lugar perigoso anda para trás e bate de frente, como um estrondo barulhento e gelado, que dói até a última camada da pele, dói até a parte mais profunda do osso. Essa bravura de nada, não leva a lugar algum, porque você foi a primeira pessoa a marcar a neve permanente, com o seu passo descuidado. Eu sou um ímã para todas as dores mais marcantes. Sim! Eu sou um prodígio, uma carta que vive num envelope, mas que nunca é mandada, eu sou uma pequena princesa a caminho do meu trono, com um destino cruel a passar. Meu lugar está preparado para minha chegada, onde está um quarteirão de crianças, rodeando e cantando lálálá, a magia desse encanto profundo. Estou sentindo meu menos favorito frio, de ter de suportar esse vento batendo capaz de me atropelar com tamanha força. Esse frio da falta que alguém faz. Talvez todos fugiriam se eu dissesse nosso maior segredo; esse destino desalmado. Profundo. Um lugar longe, mas um lugar lindo e repentino. É a minha visão sobre ver o tempo passar. Essa grandeza se realizará. Basta esperar. É ou não, o destino a vagar. Sou uma rainha absoluta para acreditar nisso. Uma inovadora e um tanto ingênua.

Mistério ou medo. Defina-o !

Tenho memórias do que nunca existiu, passagens que nunca olhei, medo do que não me afeta, receio do que vivo e palavras que não se formam em minha boca. A cada sol que se põe é como um dia não aproveitado, como horas que se desfazem. Tenho sim, o que se diz da verdade. Olha para mim e me diga o que está em seu ser te matando. Chegue perto e me abrace, me acalme, me proteja dos meus medos e razões do que não podem ser verdade. Não posso fechar os meus olhos e tentar enxergar, eles estão bem atentos, mas minha mente não. Tem alguma coisa que me mata, nesse lugar. Esvazie esse seu coraçãozinho de borracha e dê espaço para mim, sem medo. Isso não pode ser mais bonito. Isso não pode caber em mim. Isso está declarado, carimbado e assinado, de que precisa ser verdade, sem receio. Sei que você pode me pegar e me conduzir, na palma da mão, em cada contorno que formam um M, como se fosse uma marca feita por mim. Eu estou esperando, por você de verdade, para me libertar desse ego inconsequente e avassalador; porque eu tenho memórias, passagens, receio e palavras de mentira.

É passado.

Hoje eu tirei da gaveta cartas rasgadas, canetas, roupas, maquiagem, lembranças, vitórias, derrotas, conhecimento, esmalte, esperança, escova de dente, calcinha, toalha, adesivos, cadernos, celular, relógio, entendimento, anéis, colares, brincos, chicletes, mp5, letras e letras, choros, consciência, meias, prancha, beleza, diademas, cds, dvds, havaianas, um coração quebrado, espelho, imaginação. Hoje eu tirei da minha gaveta lembranças de um passado nada bom. Hoje eu tirei da minha vida suas canções e sonetos que me fazem recordar do tempo com você. Hoje eu passei uma borracha no meu coração e eliminei de vez as marcas de sangue que nele havia. Hoje eu joguei fora o seu número, o seu amor, o seu nome, a sua face, o seu ego. Hoje eu sou nova, mesmo que eu precise dizer adeus. Amanhã o mundo terá uma nova aparência. Amanhã o mundo terá cor e diversão, como um tempo passado. Só porque está tudo novo, não quer dizer que nunca foi assim antes. Eu voltarei, voltarei assim que ouvir tua voz, assim que você me chamar. Mas voltarei sem nome nem vergonha. Voltarei sem cartas nem sonetos. Voltarei sem um interior culpado e vagabundo. Até que estejam diante dos meus olhos, está tudo novo de novo.