I still love you.

Ele respira tão serenamente. Eu quero ir embora dessa tempestade, mas ele não consegue hesitar para mostrar fotos que eu jamais vi antes. O tempo está frio, muito frio e agora nós iremos nos separar, como um vilão separa o bom romance. Nós continuaremos a revelar e descobrir fotos, pois elas nunca mudarão. Do jeito que nós nos beijávamos, deixando um adeus pairar no ar. Dele eu sempre me lembrarei; o modo como segurávamos as mãos, a forma calma de caminhar sozinhos, o jeito que não tínhamos nenhum plano, o presente estava ali e o futuro, ninguém jamais saberia, nem ao menos nossa história que um dia teve um final. É algo que eu gostaria de esquecer. Os números se repetem, as ligações não têm destino, eu estou discando qualquer número agora, que não me lembre “dele”. Eu estou desesperada para encontrá-lo. Eu sou toda ouvidos, mas estou impossibilitada de ouvir qualquer sinal. Acho que a-m-o-r foi uma palavra que eu não aprendi a soletrar, nem ao menos sentir. Agora a ligação terminou, o telefone só transmite um tum-tum e, eu continuo enrolada nas coisas que nós dissemos antes. Longe, tão distante, estaremos um do outro. Vamos partir e jamais nos encontrar. Você está perdido, eu sei que está, então me deixe te salvar da escuridão. Essa garota que você conheceu não é perfeita, assim como eu não sou. Mas se vocês forem perfeitos um para o outro, por que não dar uma chance?! Isso tudo é apenas um esquema, sobre essa sensação íntima que mantínhamos e que você passou à outra. A única maneira de dar um fim é matando esse amor que ainda cresce aqui dentro do meu peito, por pior que seja. Um tiro longe seria a solução.

Tonight in New York.

17:31

Há horas que passam rápidas para muitos, mas para você, é como um fim de tarde, onde o sol se põe, levando a alma de mais um dia meio ausente. O verão aqueceu a janela aberta da sua casa vazia, onde o sol escolhe a terra a ser queimada, mas você o lembra das folhas mortas caídas pelo chão, que a água do mar ainda não levou. Existem pequenos detalhes que erram por aí, como os eternos dias que chegam sem a certeza de ida. O outono deixou o suave vento bagunçar as fotos e cartões que estavam caídos pela casa, traçando um caminho inexistente. Os pássaros preferem acreditar nos sinos tilintando, que nos hinos cantados pro alguém já falecido. Domingo é um dia ótimo para deixar as pequenas almas saírem de seu encanto e passearem por aí, talvez protegendo o que você chama de coisas apagas pelo tempo, que na realidade, é o seu não-amor. Existem momentos que não podemos recordar, jamais, porque estamos cegos pela noite sombria que tapa nossos olhos. O inverno fez as suas bonecas de porcelana quebrarem, da coleção destinada a uma futura senhora jovem. Mas as minhas mãos relembram as suas, tocando o vazio, no curto espaço de tempo que elas procuram por resposta. Nos meus desejos incompatíveis, os seus segredos soam para mim, no mesmo abraço apertado que estava cantando sinceridade. Existem palavras dispersas no oceano, que somente ele conhece e que só agora eu pude entender. Algumas vezes, o vento toca as janelas fechadas, enquanto eu, sentada, imagino onde estaria você. No fundo a alma acalma, deixando que o tempo conserte a roupa descosturada e o lençol que ainda me lembra você. Um pequeno ser se tranquiliza em mim, espantado por estar sozinho. Já são 17:31 e o sol está indo embora de novo, como as horas passam para você.

Fez partir meu coração.

Olhe para mim, bem fundo nos meus olhos. Respire a minha dor e veja com clareza tudo o que eu sinto esta noite. Minha percepção de felicidade deve estar ruim de novo, porque isto doi além de toda a felicidade que eu já tive um dia. Minhas feridas não se curaram com o tempo. Acabou de dilacerar mais um terço do meu coração. O frio percorreu a minha espinha e trouxe borboletas para o meu estômago. Você está tão elegante essa noite. E todo esse tempo me fez perceber a modo como eu me sacrifiquei por nós dois e gentilmente você sorriu, antes de partir. Você me encontraria em meu coração para fazer minhas más recordações irem embora? Apenas deixe-me descansar em pedaços solitários em sua canção. Você chegou muito mais perto do que eu esperava, e eu aqui, a sua espera. Quando eu quis cair, você me segurou em suas mãos. Quando eu quis chorar, você enxugou todas as minhas lágrimas antes mesmo de cair. Quando eu quis morrer, você voltou para mim. Quando eu quis ser feliz, você foi embora e nunca disse adeus. Fez partir meu coração.

Metade de você em mim.

Ainda há um pouco de sua alma impregnada em mim. Ainda há uma imensidão de palavras suas em minha mente. Ainda é um pouco injusto entender como se acabou assim. Ainda há uma parte de sua face que eu não consigo enxergar. Ainda há um pouco de seu perfume em minhas roupas. Você se afasta a cada dia mais. Você se aproxima de outro ser mais rápido que nunca. Então me ensine a voar para eu poder esquecer toda essa contradição chamada amor. Músicas me ensinaram e esquecer. A vida me ensinou a morrer. O vento me ensinou a mudar à cada estação. Ainda há um pouco de você que eu quero para mim. Ainda há um pouco de seu jeito que eu quero perceber comigo. Você está se esvaindo de meu coração e é tão rápido que eu não consigo perceber como está acontecendo. Desse jeito não é difícil cair, quando você está flutuando cada vez mais alto, tão perto da morte ou de sonhos de viver. Eu não quero assustá-lo, eu não quero cair, eu não quero morrer, eu não quero crescer, eu não quero saber, apenas quando não se sabe algo irrelevante, eu não quero perder, eu não quero não ter você. Quero encontrar a sua verdade em mim, algo que somente você pode me dar. Aquela paz, confiança, fé que eu sinto quando estamos vivendo a harmonia um do outro. Então pegue essas palavras sinceras transforme-as em música e cante bem alto, para que todo mundo possa ouvir. E eu prometo que não vou jurar querer te ter por perto como eu sempre quis. Porque ainda há um pouco de tudo o que eu desejo saber, ver e ouvir de você. O mundo começará de novo, com um pouco de você tão perto e tão distante.

We will always have.

História de amor.

Depois de sua volta para outro além, eu olho para o céu e não vejo nada além de um cinza que cobre o sol. A única certeza que eu tenho são os olhos e o amor que eu tenho em ti. Somente suas fotografias se fixaram em minha mente, as mesmas que estavam no mural, e que o vento levou. A distância que você impôs também faz mal à mim e ao meu coração. Minha certeza é a viagem sem destino, que eu me direciono. Toda essa vida de tanta falta cabe na terra que eu enterrei meu coração. Estou sozinha, também, e procuro o amor, como você também o faz. Só o que eu sei de você, é o seu nome, não mais do que isso. Sua voz sussurra em meu ouvido, como essas palavras que saem serenas e sinceras de todo o meu coração, com o meu amor. Se você permanecer, terno, nos braços de outra pessoa, o amor não estará mais aqui, comigo. Como você vive, eu também vivo e procuro o amor, somente o amor. Quando eu fecho os olhos, os flashbacks continuam, seus olhos aparecem para me vigiar e me proteger de todos os meus mais ínfimos medos. Sua face, tão inexpressiva, reflete no vidro, encantando-me como o amor que tu me tinhas. O amor, apenas o amor seria capaz de te trazer de volta. Mas, onde está todo esse sonho? Só sei que eu te amo, e isso é tudo o que eu realmente sei. Porque nós éramos jovens demais quando te vi pela primeira vez, para apaixonar-me por um ser tão adorável. Não tenho medo, pois eu sei que fugiremos dessa confusão. Algum dia, em algum lugar, o sol aparecerá os pássaros cantarão pela sua volta, mostrando-me o melhor caminho à seguir, com você e o amor; tão esperado amor.

À deriva.

Voltando para casa, nada além de outros nadas na vida. Lágrimas caem ao meu redor e esparramam-se entre os caminhos traçados e quase apagados. Lá fora, em outro mundo, o vento sopra cada vez mais forte e isso se parece com uma história já vista. Os dias passam e eu estou sozinha aqui, sem qualquer valor. Frases feitas não me convencem e o tempo ainda é lento demais, mas não para os que amam. Há palavras que corroem por dentro. Atos que marcam para sempre e, pessoas que jamais voltam para dentro de um coração partido. Mas estou voltando para o meu lar, voltando para o aperto de pequenos sentimentos e esperança. Eu sei que estávamos tendo chances de tentar novamente. Lembra-se quando você me disse que a vida é apenas um fio de ligação, que choca os amores, transformando-os em um só corpo, um só coração?! Por favor, ouça-me enquanto faço uma última pergunta: “Esse é o meu coração? Ou será o seu?” Todos os meus amigos parecem inimigos quando me sinto triste e vazia. Esperei o tempo falar por mim, dizer coisas que eu não consigo, olhando para você. Então, eu esquecerei o amor e tentarei manter a minha cabeça erguida, sem pressa, porque estou à deriva. À espera de morrer. Apenas, leve-me ao seu amor, seja lá como for, pela última vez. São pequenas coisas que me fazem falta, como dizer te amo todos os dias e poder sentir que um único alguém se faz presente, para tornar recíproco todo esse amor. São pequenas coisas que me fazem falta, quando estou por baixo de tudo, todos os dias.