Sons suaves soando em sonetos leves.

Quando eu te vejo, uma sensação de calmaria me atinge, o mundo fica de cabeça para baixo, meu cérebro se ordena e se fixa em você. Ele te desvira quando você está totalmente enrolado em desculpas mal contadas. Se você se sentir desanimado, corra para a minha bolha, estoure-a e permaneça como se nada dependesse do passado. Há uma falta de cor aqui, mas não se preocupe amor, tudo está prestes a explodir, absorvendo os caleidoscópios de lembranças. Isso é fato, não ficção. Eu te liguei às 6:02 da manhã e sua secretária eletrônica me advertiu com um: “Ligue novamente mais tarde”. Eu sei que talvez seja tarde demais e que eu deveria ter te dado uma razão para ficar, para acalmar a mim mesma. Pela primeira vez em anos, isso se assemelha a uma realidade não dita. Sempre que eu viajo mundo a fora, em pensamentos e ilusões, o vento bate forte, fazendo o mesmo som, sussurrando em meu ouvido: “Ele voltará, pois é como o final de um filme.” Nessa distância desconhecida, nós conversamos através de janelas embaçadas com suspiros. As pessoas parecem as mesmas, as palavras têm o mesmo significado e você continua parado onde sempre esteve, esperando, não por mim, mas por algo com o mesmo significado do vento. Estou passando por um estado de inconsciência, pois quando acordei desse sonho eu estava no meio da estrada vazia, com as suas mãos em meus ombros e uma mancha vermelha no vestido longo e branco que eu retirara do final do baú. Agora nós sabemos que as palavras soavam verdadeiramente nas canções bregas. Eu coloquei as notas em cima da cama, para descansar e não poder voltar atrás. Os faróis são a luz do mundo e a esperança de um sonho bom.