Tudo o que éramos.

Doi, mas é uma dor aguda, bem no fundo, cortante, que dilacera os meus sentimentos e causa a vontade de me perder na ilusão da esperança. Dor, amor, vida, esperança e dor novamente. Por que machuca tanto assim? O amor sofre, agüenta qualquer coisa, só o amor salva, é sincero e não espera nada em troca. Apenas dor vem ao seu encontro sem pedir, sem chamar. Perco-me em matizes que se descolorem com o tempo. Éramos amigos, melhores amigos e compartilhávamos nossos segredos. Mas ultimamente algumas coisas estão mudando. Uma vez dentro da minha cabeça, tilinta em meus ouvidos, perguntando-me porque escondo meus sentimentos. Porque eu tenho medo de dar o primeiro passo e cair, desabar na imensa desigualdade entre nós, na distância que perece a cada dia. Eu não quero deixá-lo partir, mas você já me deixou sair da sua vida, para sempre. Gostaria de confessar o que o meu coração sabe, abraçá-lo e jamais soltar. Poder sorrir para você, quando o seu sorriso se abre, junto ao meu. O que você diria se pudesse escutar os batimentos do meu coração, dizendo em baixo tom: “eu te amo, eu te amo”? Eu imagino que você apenas iria embora, partindo mais ainda os pedaços que restaram do meu coração. Ou você me prometeria que estaria comigo, em torno das estrelas, dançando, sorrindo e amando. Você nunca saberá o modo como eu me sinto, se também não mostrar o que esconde dentro de você. Por uma eternidade, eu fico aqui sonhando e sentido você tocar-me como o vento sente o amor até de quem não pode amar.