Teus olhos refletem os raios do sol que encantam e irradiam a minha sentença de vida. Tua face é divina, encantadora para os olhos até de quem não vê. A terra sobre os teus pés é macia e floresce o que há de melhor embaixo dos grãos minúsculos, imperceptíveis. Teus lábios respondem agradavelmente aos meus apelos que me embalam em um único tom. Me embala. Te embala. Faço de quase má vontade esses versos pra você, que te trazem para mim quando não sinto sua alma refletida no esboço do meu desenho perfeito. E adormeço aqui, nos cantos de cada letra e som que saem do piano ao canto. Recuso-me a ver a imperfeição; separo a dor da visão que me embala no mau sentido da palavra sonhar. Há uma luz no fundo que segue um rumo certo e leva o caminho à metade de uma palavra ou metade de um sonho quase pronto. Divido cada impressão que coloca meus sentidos no muro de reprovação, onde divaga os pensamentos do mundo e de todo mundo. A minha escrita é invisível. Nós somos invencíveis, como crianças que gostam de brincar no balanço e ver desenhos em nuvens. Cada qual é diferente pelo modo com enxerga no retrovisor do carro ao lado, as cores que colorem a vida. Finjo que sou criança novamente, para não perceber a tempestade que está prestes a cair. Na calada da vida, no instinto da noite.
