Eu caio ao ouvir minha canção de ninar. Estou morrendo aos poucos, os pedaços que me restam de uma vida de promessas estão se acabando. Estou me sentindo destruída em minha melodia de cantos e encantos. Enquanto canto para afastar as lágrimas, a dor parece aumentar a cada verso de tristeza e solidão que invade o meu peito. E quando tudo parece não ter mais sentido, eu me lembro da promessa e do pedido que você me fez: “prometo nunca te deixar e agüentar que qualquer um o faça”, “por favor, nunca me deixe, você não é nada mais, nada menos que o essencial em minha vida”. Eu sei que você está ao meu lado, a cada pedido meu, para te trazer de volta. Eu ouço as palavras que você diz; os sussurros em meu ouvido ainda não terminaram. A sua proteção sobre mim ainda está valendo, ainda está viva em cada um de meus atos. Nunca vá embora de mim, mas, se for preciso, saia de corpo e alma da minha frente, mas não do meu interior. Promete que vai me ajudar a me desintegrar, quando eu não quiser mais essa vida sem valor? Me pegue em seus braços, me aninhe em seu peito e sussurre em meu ouvido só o que me interessa. Me mostre como crescer, através de tantas mudanças e sonhos falsos. Estou me apoiando na promessa que eu guardo, para não cair no primeiro buraco que me aparecer. Com você eu irei permanecer a cada tempestade. Nos dias chuvosos, em que você estiver solitário, eu estarei ao seu lado, com você a cada instante, colocando o que eu entendo em prática. Não me deixe, não deixe que eu esqueça tantos planos, não deixe que eu esqueça que possuo um coração dentro de mim. Na promessa de uma vida inteira eu estou confortada.
