Para quem nunca perde a esperança

Ar de escritor decadente, que já escreveu sua última palavra como consolo e agora espera pelo enterro depressivo de sua carreira desastrosa. Suas últimas palavras correm como pássaros e seu sangue quente pulsa em seu coração machucado. Seus traços finos e delicados deram lugar a fortes marcas de tristeza. Com a alma mortalmente pesada o seu fim se aproxima em silêncio, para não assustar cada vez mais o caçador de esperanças. Sua busca por sonhos terminou, assim como as palavras se tornaram escassas e medonhas. A vida se tornou sombria e os cantos das ruas não estão com ar inspirador; sua vida está fracassada, assim como quem espera pelo cortejo fúnebre de sua morte, embalada pelo vento que deixa seus cabelos desgrenhados, sem importância. Assim seguirá o segundo restante da vida, até que um dia chegará o fim. Pra quem nunca perde a esperança.