Talvez se meu coração parasse de bater, seria mais fácil respirar. Eu não teria que faze-lo bater, em cada minuto que parece uma eternidade. Não doeria mais respirar. Por favor, não entenda mal, eu só não quero deixar que isto vá embora, mas, eu não consigo encontrar a palavra certa para te dizer isso. Eu não quero partir, nem quero que você o faça. No fundo, sinto como se não o conhecesse mais. Um dia você verá que tanto esforço para omitir, não valeu a pena. Um dia você ficará cansado de tantas contradições, e nesse dia em que você perceber o erro que cometeu, eu não irei rir, mas serei a primeira pessoa com que poderá contar. Estarei fingindo que está tudo bem, como na noite em que você partiu da minha vida. Eu não posso esquecer, fingir que nada mudou. Eu não posso fingir que você ainda permanece aqui, no fundo do meu peito, dói demais. Pois no final de tantas fases, de jogos desatinos, é isso o que você ganha, a culpa e a percepção de uma vida errada. Eu me pergunto se eu ainda viverei para sentir o prazer de novos ares quando você voltar e se sentar ao meu lado em cada manhã, como antes, quando tudo não passava de ilusão. Talvez eu devesse deixar meu coração para trás, mesmo que ele ainda esteja comigo, batendo em compassos lentos. Agora eu não posso mais confiar em mim, com nada além disso. Só me deixei amá-lo pela última vez, nem que seja meu último instante. A dor faz o seu caminho até mim, cruza as minhas fronteira com riscos de sangue. No fim,tudo mudou.
