Estou tão cansada de estar aqui, presa em sonhos e medos tão infantis. Triste por tantos pensamentos que vagam em minha mente quase vazia. Tudo o que eu preciso é de paz, mas com você aqui nada me transmite a essência desse sentimento. Se tiver que partir, vá logo, porque sua presença ainda permanece em mim, em cada palavra, em tantos suspiros. Nunca é tarde para tecer um fio de esperança no fundo de tantas destrezas. Minhas feridas parecem não querer cicatrizar, o sangue insiste em escorrer, deixando hematomas em cada parte do meu corpo que você tocou. Meu pesar é forte o bastante para me derrubar nos cantos que marcaram essa estrada que não valeu a pena seguir. Sinto que no fundo de cada pedaço que me resta, o imortal não alcança. Relevei as memórias que eu tinha de quando você chorava ou gritava; em que eu sempre lutava contra todos os medos. Agora estou com a vida limitada, impossibilitada de seguir em frente e expulsar da minha alma o terror que assola os meus dias aqui, nessa vida tão insignificante. Sua voz que prevalece na minha mente expulsa toda a santidade que me resta. Nos seus olhos eu sempre irei enxugar as suas lágrimas e matar todas as dores que te cercarem, mesmo distante. Até quando eu disser que tudo ficará bem, quando tudo estiver ruim, permanecerei aqui e lá, cuidando para não perder você de meus mais carinhosos abraços ilimitados. Eu sei que nunca é tarde demais.
